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A relação do herbicida 2,4-D com a Pecanicultura

Atualizado: 7 de mai. de 2020


O que é o 2,4-D?


O ácido diclorofenóxiacético (2,4 - D) foi um herbicida produzido durante o programa da guerra química e biológica no período da segunda Guerra Mundial (1939-1945). Deste então, é utilizado como herbicida seletivo para aplicação no controle de plantas infestantes nas culturas de trigo, milho, soja, arroz dentre outras.


O que é a deriva?


É toda a aplicação de defensivo agrícola que não atinge o local desejado, pode ocorrer por evaporação, escorrimento e/ou deslocação para outras áreas através do vento, o que gera danos econômicos e socioambientais


Em agosto de 2019, o SENAR lançou o programa ''Deriva Zero'', que combina uma série de ações com foco prático para reduzir os índices de deriva nos municípios onde este problema tem sido identificado.



De fato, talvez a maior polêmica relacionada ao uso dos mimetizadores da auxina e do 2,4-D em particular é o potencial que a deriva destes produtos pode causar em culturas sensíveis próximas. O herbicida é o produto mais vendido em volume no país e é utilizado no pré-plantio da soja nos meses de agosto e setembro para o controle da buva.


A nogueira-pecan (Carya illinoinensis) é cultivada em mais de 12.000 hectares no Brasil, com implantação de 1.000 hectares anualmente. Isso demonstra a grande importância econômica que a cultura possui. Porém, nos últimos meses pecanicultores do RS que possuem pomares jovens e/ou adultos estão preocupados com seus pomares, pois muitos estão sofrendo com danos causados pela deriva do herbicida sistêmico 2-4, D, comumente utilizado por produtores de soja (Glycine max). Normalmente a nogueira-pecan acaba sendo afetada pela deriva do agrotóxico porque o pomar esta localizado muito próximo de uma lavoura de soja, e não raramente, o aplicador não adota os devidos cuidados para evitar a deriva (aplicar em dias com pouco vento, observando a temperatura do ar, etc.).



Sintomas:


Os sintomas são perceptíveis a olho nu: se caracteriza por uma sutil dobra do folíolo e/ou ondulação dos folíolos e até mesmo da folha. Conforme o tempo passa, os folíolos começam a enrugar severamente e posteriormente tornam-se cloróticas ou amareladas. Com a evolução dos sintomas os folíolos atingidos começam a necrosar e é abortado (morre) e o ramo torna-se ondulado, fenômeno chamado de epinastia. Se a quantidade de produto que atingiu a planta for grande, não raramente se observa a morte dessa nogueira. Na Foto abaixo podemos observar os sintomas típicos causados pela deriva de 2 -4, D em uma planta de nogueira-pecan que estava em seu segundo ciclo de crescimento.


Como proceder?


Se o pecanicultor identificar nas plantas os sintomas descritos é importante que realize a coleta de ramos e folhas e posteriormente encaminhe a amostra para o laboratório.Com esse laudo tem-se a confirmação da fitotoxidez e o documento servirá de suporte para que o produtor busque o ressarcimento financeiro junto ao indivíduo que realizou a pulverização e a deriva causou os danos. O LARP, localizado na Universidade Federal de Santa Maria, realiza os testes para a identificação do tipo de molécula de causou fitotoxidez em plantas. Você pode acessar o site www.ufsm.br/laboratorios/larp/ onde há mais informações sobre a forma de coleta das amostras, entrega, etc. 



''A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural instituiu canais de denúncia exclusivos para a ocorrência de derivas do 2,4-D e outros agrotóxicos hormonais em culturas sensíveis como macieira, videira, oliveira, nogueira-pecã, erva- mate, tomate e hortaliças.

O produtor rural que presenciar as irregularidades poderá formalizar a denúncia pelo e-mail denunciahormonais@agricultura.rs.gov.br ou pelo WhatsApp, número (51) 98412-9961.

As denúncias deverão conter, no mínimo, as seguintes informações:

Localização da aplicação (município, distrito, localidade, pontos de referência);

Data da aplicação/data da detecção dos sintomas de fitotoxidade;

Horário da aplicação;

Nome do proprietário/propriedade que está aplicando;

Cultura afetada;

Nome do proprietário da propriedade afetada.

Sempre que for possível, encaminhar fotos e/ou vídeos junto às informações da denúncia''.


Informações de apoio:

Secretaria da Agricultura

Senar RS



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