Com sintomas parecidos, deficiência de magnésio e Transtorno de Déficit de Atenção podem ter uma solução em comum.
Por Eduardo Ruedell*
Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH ou DDA), é uma patologia crônica que afeta aproximadamente 11% das crianças do mundo todo, além de ter uma taxa de prevalência média de 8,3% entre os adultos. E apesar de ser conhecida há bastante tempo (o primeiro diagnóstico ocorreu no século XVIII), é muito comum a envolvermos em uma aura de mistério e preconceito.
Uma pesquisa rápida na internet revela um número bastante expressivo de brinquedos e técnicas DIY (Do It Yourself, ou, Faça Você Mesmo (a)) que prometem não apenas amenizar os efeitos da DDA, mas em alguns casos curá-la. Interferir no tratamento de um paciente, seja de um filho ou mesmo o próprio, sempre apresenta riscos, e nunca devemos fazê-lo sem consultar um (a) médico (a).
Por outro lado, algumas mudanças de hábitos bastante simples podem ser benéficas para além da DDA, se promovidas com cautela e acompanhamento médico. Um dos melhores exemplos é como a nossa dieta, através da adição de algumas pecans, pode trazer benefícios a curto e longo prazo para quem sofre com DDA.
Noz pecan e DDA
A noz pecan possui dezenas de nutrientes, mas dois deles interessam (e muito) nesse caso: o magnésio e a vitamina B6.
Tudo começou quando alguns pesquisadores notaram que os sintomas da DDA eram parecidos com os da deficiência de magnésio. Para tentar descobrir se havia alguma ligação entre as duas doenças, o Centro Médico da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, organizou um estudo com 75 crianças diagnosticadas com DDA, e que receberam um tratamento suplementar a base de magnésio.
O resultado foi animador: os sintomas, como irritabilidade, confusão mental e a falta de
atenção, diminuíram drasticamente. Embora o magnésio não seja a cura tão esperada para o problema, pode ser um importante passo adiante. Mas as pesquisas sobre o assunto não cessaram. Em outra, o magnésio foi associado à vitamina B6, causando novamente um impacto positivo no tratamento à DDA. E não existe milagre. A resposta para o porque do magnésio encontrado na noz pecan ser tão eficaz, é o fato de que ele é responsável por mais de 300 reações bioquímicas em nosso organismo, um número bastante expressivo, ainda mais se considerarmos a complexidade do corpo humano.
Muitas vezes, os efeitos benéficos de um determinado alimento são apenas resultado de uma série de processos em cadeia, desencadeados em uma área completamente diferente da que imaginávamos. É o que acontece, por exemplo, com pessoas que observam uma diminuição considerável em seus sintomas de ansiedade ao realizarem tratamento com probióticos. Nesse sentido, o potencial do magnésio em relação à DDA ainda não foi completamente desvendado, mas há lugar para esperança.
Funciona mesmo?
Uma coisa importante de observar é que o consumo em excesso de qualquer nutriente
também pode ser prejudicial à saúde. Por isso, uma dica importante é apostar nas pecans e afastar-se dos suplementos de balcão de farmácia. Por serem concentrados, eles bombardeiam nosso organismo, podendo levar a problemas por excesso de magnésio, por exemplo.
Quanto ao consumo diário recomendado do mineral, ele varia: 80 mg. para crianças de um a três anos; de 130 mg. a 240 mg. para crianças dos 4 aos 13 anos (aumentando gradativamente, conforme a idade); e a partir dos 14 anos de idade, de 360 a 420 mg.
Já ingerimos magnésio proveniente de vários alimentos em pequenas quantidades, mas
há um sério problema em relação a dosagem ideal. É muito comum não ingerirmos mais do que 65% do recomendado, e é nesse sentido que a noz pecan pode fazer toda diferença - tanto para quem sofre com DDA quanto para uma pessoa livre da doença.
Vale a pena provar nozes tostadas como snack: em 100 g., as pecans comportam aproximadamente 120 mg. de magnésio. É uma das melhores alternativas para o lanche da tarde - o seu e o de seus filhos e filhas.
Bibliografia
U.S. DEPARTMENT OF AGRICULTURE, AGRICULTURAL RESEARCH SERVICE. 2010. USDA
National Nutrient Database for Standard Reference, Release 23. Disponível em
<http://www.ars.usda.gov/ba/bhnrc/ndl>. Acesso em 15 de fev. 2018.
U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH, OFFICE OF DIETARY SUPPLEMENTS. Magnesium. Disponível em <https://ods.od.nih.gov>. Acesso em 15 de fev. 2018.
*Acadêmico de Comunicação Social/UFSM e Head of Marketing do Hemotify.
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