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Pecanicultura brasileira mira mercado de exportação para o ano de 2024



Com aproximadamente 7 mil toneladas produzidas em 2023, os pecanicultores tiveram um ano que começou com preços elevados. O motivo foi uma demanda forte no mercado nacional e também uma demanda importante no mercado internacional, gerando otimismo aos produtores. A avaliação é do presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Eduardo Basso.


Segundo o dirigente, nesse processo de fazer com que a noz-pecã brasileira seja conhecida os produtores tiveram uma abertura maior e novas informações sobre como desenvolver as suas empresas. "Fomos para a Argentina e visitamos uma grande empresa que descasca lá cerca de 1,5 mil toneladas de noz-pecã por ano, onde tivemos uma abertura total, uma transparência de informações, uma oportunidade de integração com eles, que deixou os brasileiros realmente encantados", destaca, acrescentando que nessa missão tiveram também a oportunidade de conhecer uma indústria que prepara nozes para exportação com casca, com uma capacidade de aproximadamente 600 toneladas por ano.



Basso lembra também desta integração do setor com os argentinos e uruguaios, tendo como objetivo a vontade de criar e construir estratégias comuns na parte comercial, na parte tecnológica, para o desenvolvimento da pecanicultura. "Há uma preocupação muito grande. O Brasil, com certeza, tem um mercado importante de consumo, que os argentinos e os uruguaios almejam participar, e, por outro lado, eles têm uma qualidade na produção de mudas, na qualidade de produção dos pomares e na própria indústria que enriquece todos os brasileiros", salienta.


Outra oportunidade do mercado internacional foi a visita de chineses que tiveram uma apresentação de todo o perfil da produção brasileira de noz-pecã e, na sequência, visitaram alguns produtores que estavam interessados em receber esta delegação e já fechando negócios com volumes acima de US$ 1 milhão. "Na medida que eles conhecem o nosso produto, conhecem a qualidade dos nossos pomares, conhecem a forte mentalidade empresarial que os produtores têm, fecham negócios e estão se preparando para que no ano de 2024 os volumes sejam ainda maiores", frisa.


Outro fator importante, conforme o presidente do IBPecan, é a busca de novos investidores, em especial do hemisfério Norte, querendo comprar terras e fazer pomares de noz-pecã com áreas acima de 500 hectares. "Eles vieram aqui, olharam a qualidade do solo, a percolação, a medida que a água penetra no solo para fazer uma fertirrigação e saíram muito contentes, especialmente conhecendo as leis brasileiras, as vantagens e as desvantagens que se processam em uma concorrência internacional por investidores", explica,


Durante a Expointer, Basso lembra também a visita de clientes internacionais e nacionais, onde puderam promover os produtos brasileiros, não só do produto com casca e descascado, mas também já com produtos com maior nível de industrialização como cremes, bebidas e linhas que os produtores prometem anunciar em breve. "A potencialidade e a qualidade deste fruto para a saúde dos brasileiros é excelente e traz um bem para todos. Então, nos eventos, como Expointer e demais feiras, conseguimos promover o setor com conferências, por exemplo, como tivemos em Glorinha, Viamão, Cachoeira do Sul, e que ainda ocorrerá em Itá, Santa Catarina. Nestes momentos podemos mostrar todo o potencial que a noz-pecã tem e traz de riqueza para os produtores", salienta.


Entre as atividades destacadas no ano pelo dirigente estão a abertura da colheita da Noz-Pecã, em Santa Maria (RS), que, segundo Basso, trouxe prestígio, promoção para a pecanicultura e se tornou um grande momento para o setor. Além disso, o primeiro Encontro Nacional de Pecanicultores (Enapecan), realizado no fim de novembro, em Encruzilhada do Sul (RS), foi outro momento de destaque para a noz-pecã em 2023.


Para o ano de 2024, de acordo com o presidente do IBPecan, os produtores têm fortes expectativas. A missão do governo do Estado para a China neste final de ano abriu perspectivas para o mercado daquele país. "Sabemos que os nossos representantes estão trabalhando fortemente para que isso aconteça. Isso será uma vitória e uma garantia de futuro para esses dois mil produtores de noz-pecã do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, garantirem todo o seu processo de comercialização futura com bons resultados", observa.



Ainda para o próximo ano, a ideia, conforme o dirigente, é melhorar a qualidade da noz-pecã brasileira, aumentar a produtividade dos hectares de produção e ter um preço dentro de um patamar médio em nível internacional, fazendo com que esses produtos mais sadios do mercado possam chegar dentro da porteira dos produtores. "Nossos grandes objetivos para 2024 é ter uma safra que não deve ser menor do que a de 2023, mas com patamares de preço e produtividade cada vez melhores. Os desafios que o setor tem a longo prazo são importantes e vão fazer com que todos nós tenhamos a responsabilidade de conversar sinceramente, com muito respeito, buscando um objetivo de maior valor e mais produção para todos", avalia.


Basso reforça que já há sinalizações de uma integração com as universidades, governo e com o Ministério da Agricultura com grande potencial de fazer com que a qualidade melhore mais. "Com a Embrapa, temos um projeto para Embrapa 2030 com várias URPecans sendo instaladas no Estado, e isso vai fazer com que tenhamos melhor qualidade e melhores informações do que acontece no campo. Também estamos trabalhando com um projeto na Emater de assistir diretamente o maior número possível de produtores, proporcionando que os nossos agrônomos tenham realmente conhecimentos técnicos para ajudar e apoiar a produção em todo o Estado", complementa.



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