Na safra 2022, estima-se que a produção ficará ao redor de 4,2 mil toneladas de noz-pecã no Rio Grande do Sul.
Os números da safra atual, a conjuntura de mercado, os desafios da cadeia da pecanicultura e a união do setor estiveram na pauta, nesta sexta-feira (13/5), da 4ª Abertura Oficial da Colheita da Noz-Pecã, em Encruzilhada do Sul. A cerimônia, que ocorreu na propriedade Rancho das Águas, contou com a presença do secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Domingos Velho Lopes, técnicos da Seapdr, autoridades, dirigentes de entidades e pecanicultores.
Na safra 2022, estima-se que a produção ficará ao redor de 4,2 mil toneladas de noz-pecã no Rio Grande do Sul. O volume é cerca de 20% menor do que o colhido no ano passado, já que a cultura também sofreu impactos da escassez hídrica durante o verão. Atualmente, há cerca de 6,6 mil hectares cultivados com nogueiras-pecã em diferentes regiões, fazendo do Rio Grande do Sul o Estado com a maior área implantada no país. Do total, 4 mil hectares de árvores encontram-se em idade produtiva. A maior concentração da pecanicultura ocorre na Depressão Central e no Vale do Taquari.
Domingos Velho Lopes destacou que Secretaria da Agricultura apoia a diversidade de produção no RS -
Em seu pronunciamento no evento, Domingos Velho Lopes destacou que a Secretaria da Agricultura apoia a diversidade de produção no Rio Grande do Sul, integrando-se com o setor da pecanicultura e de outras novas cadeias que estão em fase de consolidação. “Somos parceiros para a busca de novos mercados, para garantir a defesa vegetal, para a realização de pesquisas e também estamos atentos aos anseios e demandas destes setores para que se tornem cada vez mais competitivos”, afirmou o secretário.
A produtora Marlei Cristine Pranke, anfitriã do evento, apresentou seu pomar e a qualidade das suas nozes aos visitantes. Ela comemora safra cheia na propriedade neste ano. Segundo Marlei, o aumento da idade das árvores e a adoção de sistema de irrigação resultaram em um incremento de produção em 2022 em relação às safras anteriores, apesar da estiagem também ter atingido a região. Em média, serão colhidos 500 quilos por hectare, na propriedade. “Teremos uma safra muito boa e ficamos muito satisfeitos por sediar este evento e unir forças”, ressaltou Marlei. “Como nossa cultura é ainda muito jovem no Estado, precisamos buscar mais tecnologia adaptada para nossa realidade e mais recursos e projetos para a nossa cadeia”, pontuou Marlei que, há 10 anos, investe no cultivo de nogueiras-pecã.
Apoio do Estado
Em 2017, foi criada Câmara Setorial da Pecanicultura, no âmbito da Seapdr, atendendo pedido do setor produtivo. No mesmo ano, teve o início do Programa Estadual de Desenvolvimento da Pecanicultura (Pró-Pecã), quando se intensificaram a cooperação e as ações envolvendo instituições estaduais, federais, municipais e a iniciativa privada em prol da consolidação da cultura.
No Estado, há cerca de 6,6 mil hectares cultivados com nogueiras-pecã -
No ano de 2018, foi instituída a 1ª Abertura Oficial da Colheita, realizada em Anta Gorda. Em 2019 o evento foi sediado em Cachoeira do Sul. Em 2020, foi cancelado em função da pandemia e, em 2021, foi realizado de forma virtual.
A partir de reuniões da Câmara Setorial, os produtores criaram em 2018 o Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan). Com isto, nos últimos anos, a organização desta cadeia produtiva tem se intensificado e a cultura tem se destacado por receber investimentos de longo prazo de empreendedores que apostam em diversificação nos campos gaúchos.
O atual coordenador da Câmara Setorial da Pecanicultura, Jaceguay Barros, diz que a criação da Câmara e do Pró-Pecã foram um marco histórico para o setor. Comenta ainda que eventos como a abertura da colheita têm sido de extrema relevância por reunir os elos da cadeia, gerar trocas de informações, atualizações e aproximação de todos os agentes. “É a oportunidade dos produtores, das empresas e de todos os demais atores atualizarem informações, fazerem negócios, criar novas possibilidades. Estávamos ansiosos por este momento depois de o período de pandemia ter suspendido estes contatos presenciais”.
Barros cita ainda que, enquanto coordenador da Câmara, pretende atuar na aproximação cada vez maior da cadeia, com foco especial na pesquisa, na extensão rural, na busca por mercados internos e externos e soluções de equipamentos e maquinários que atendam as demandas da pecanicultura no Estado.
Fonte: SEAPDR - Publicação: 13/05/2022 às 16h48min
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