Alguns fatores influenciam na produtividade da Nogueira Pecan: excesso ou falta de chuva, alternância de produção e temperatura, dentre outros.
A nogueira tem uma história antiga no Rio Grande do Sul.
Em 1945, começou a ser cultivada em pomares, depois desacreditada, passou a ser uma árvore de quintal. Em meados de 1960, voltou a ter visibilidade e os plantios de pomares iniciaram novamente. Hoje, o estado já possui mais de 6 mil hectares implantados e a fruta está sendo procurada pelo mercado externo.
A safra de 2018/2019 foi a maior dos últimos anos devido ao aumento da carga de frutos nos pomares em produção e ao início da produção de pomares implantados.
Em relação as produtividades médias colhidas em pomares adultos no Brasil, a safra de 18/19 teve acréscimo de 50%. Devido as condições climáticas do ano de 2019 e início de 2020 e as consequências da safra 18/19, este ano a produção dos pomares irá reduzir, tendo em geral, uma quebra de 60% a 70% em relação à safra 18/19 e 40% em relação a uma safra normal. Há pomares que reduziram em mais de 80% a produção em relação ao ano anterior.
Pontuando quais foram os fatores que estão influenciando esta queda de produção, podemos citar, em ordem de importância: excesso de chuvas na floração, alternância de produção, chuvas muito abaixo da média no mês de dezembro e início de janeiro, além das altas temperaturas durante o período de dormência.
Seguindo a ordem cronológica dos fatores, temos:
a) Altas temperaturas durante o período de dormência.
A safra inicia em meados de setembro, onde a planta deixa o estado de dormência e inicia a brotação. Para que a planta quebre a dormência e inicie a brotação, ela precisa acumular de 150 a 500 horas de frio abaixo de 7ºC, sendo que se durante este armazenamento de frio ocorrerem temperaturas maiores que 20ºC, a planta pode anular as horas acumuladas, dificultando o processo de dormência.
b) Excesso de chuvas na floração.
''O que não se esperava, e que em minha opinião foi o fator determinante para esta baixa carga, foi a chuva na polinização''. Em meados de outubro até novembro, ocorre a polinização da nogueira-pecan no estado do RS. A viabilidade do pólen, que é transportado pelo vento, depende de alguns fatores como: vento, umidade e temperatura. O excesso de chuva que ocorreu durante a polinização, prejudicou esta etapa e muito, ocasionando morte prematura das flores masculinas e mais tarde, em dezembro a queda das flores femininas não polinizadas.
c) Alternância de produção.
Tivemos uma safra histórica em 2018/2019, tendo um acréscimo de 50% na produção em relação a médias anuais de produção. Esta alta carga exigiu um enorme esforço das plantas para encherem todos os frutos, afetando até mesmo a qualidade destes. Se esperava este ano então que a alternância fosse mais expressiva.
d) Baixa precipitação.
Nos meses de dezembro e janeiro, a precipitação no estado esteve muito abaixo da média. Neste momento o fruto está em plena fase de crescimento. A nogueira, como todas as outras plantas, utiliza a água como veículo de transporte de nutrientes, hormônios de crescimento, etc., e a falta de água neste período comprometeu a formação e expansão fruto, o que pode ocasionar a perda da qualidade do mesmo na colheita.
''Portanto, a produção gaúcha que ainda é incapaz de suprir a demanda nacional, este ano deve ser ainda mais insuficiente''.
Informe Técnico IBPE
Associada Técnica: Danielle Galvan (Engenheira Agrônoma).
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