Foi com um almoço festivo, que contou com a presença de ex-presidentes e amigos, que o Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), celebrou a passagem de seus seis anos de fundação, completados no dia 20 de outubro. A entidade foi criada em 2018, em reunião de pecanicultores na propriedade Cerro d´Forte, em Minas do Leão (RS), com o objetivo de fomentar a pecanicultura, lutar por políticas públicas para o setor e promover o conhecimento e a pesquisa.
O primeiro presidente da entidade, Carlos Scheibe, contou um pouco sobre o seu envolvimento com o nascimento do IBPecan. Segundo ele, anos antes, em 2013, visitou com a esposa a Texas Pecan Growers Association, nos Estados Unidos, e ficou encantado com o que era feito naquele país. Scheibe confessou que após o boom da alimentação saudável, em 2000, a pecan encontrou um nicho de mercado e iniciou a busca pelo seu cultivo. “Até 2025 e talvez um pouco mais, a gente não tinha muita noção e estava meio que trabalhando no escuro”, lembrou, ressaltando que a agroindústria Pecanita, em Cachoeira do Sul, estava melhor estruturada e que em Anta Gorda os produtores também estavam com seus pomares em produção.
Carlos Scheibe lembrou que, quando houve o encontro no qual o IBPecan foi criado, recebeu o convite para ser o presidente e que o convencimento surgiu após conversar com os produtores Demian Segatto da Costa e André Bento Monticelli, o anfitrião do encontro, mas com a condição de que fosse por apenas seis meses, porém, o mandato durou dois anos. “Desde o começo, eu que já tinha uma certa experiência em algumas entidades que precedi, avisei duas coisas para o pessoal: primeiro, ninguém pensa que vai ganhar um tapinha nas costas. Nós vamos trabalhar pelo amor à causa e porque nós acreditamos”, destacou. O segundo conselho foi uma alusão ao automobilismo. “Um carro, para partir, precisa de muita potência. Nós não temos um carro. Vamos ter que montar o carro e empurrar”, explicou. Scheibe complementou dizendo “nunca encontrei uma entidade em que tivesse pessoal com tanta garra, tanta vontade, tanto desprendimento de fazer as coisas. Eles não mediram esforços em momento algum”.
O segundo presidente do IBPecan, Demian Segatto da Costa, afirmou que a criação da entidade se deu como resposta para uma necessidade que era muito premente, muito importante, muito visível para todos os elos da cadeia produtiva. “Nós precisávamos nos organizar, nos profissionalizar e que os anseios, as necessidades do nosso setor, fossem representadas. E por isso a gente se uniu. Nós criamos o IBPecan para dar voz ao setor e para que o Estado pudesse ter um interlocutor com quem dialogasse sobre as necessidades da pecan que não são poucas, porque é uma cultura jovem que precisa de um tempo de amadurecimento muito grande”, destacou. Ele pontuou ainda que o produtor precisa estar organizado e ter capacidade de investimento para esperar de cinco a 10 anos para poder começar a ter o retorno.
Proprietário da Pecan Gold, de Pantano Grande (RS), Costa ressaltou que há muito a comemorar com a passagem dos seis anos do IBPEcan, pelas realizações feitas. “Neste período houve o esforço de muitas pessoas, um trabalho feito a muitas mãos, cada um contribuindo com a sua expertise, com o seu tempo, com a sua dedicação para que nós, todos juntos, pudéssemos chamar a atenção do Estado para nos apoiar a conseguir políticas públicas que tornassem esse desafio mais factível e um pouco mais próximo da realidade”, detalhou. Hoje, ainda atuando dentro da entidade como Coordenador Técnico, afirmou que é possível dizer que se a pecanicultura é o que ela é atualmente e se tem condições de realizar tudo ao que se propõe nos próximos 10 anos, muito disso pode ser atribuído ao IBPecan.
O atual presidente, Eduardo Basso, disse que este aniversário marca a realização de um trabalho que mostra onde estavam e para onde estão indo na cadeia da pecanicultura. “O IBPecan tem procurado fazer com que as mudanças sejam tanto no campo como no aspecto de gestão, de mercado, de custos, de retorno de investimento, procurando sanar os pontos fracos e desenvolver cada vez mais naquilo que o Brasil é bom”, destacou Basso.
Geração de presidentes IBPecan
Um dos produtores presentes ao encontro, Claiton Afonso Wallauer, da Pecanita, afirmou que a entidade uniu o agricultor que precisava de informação de melhor qualidade, os viveiros que também começaram a entender o seu interesse dentro do crescimento da pecan, assim como a indústria que está cada vez mais atuante dentro desse setor, querendo produtos de qualidade para conseguir ter um processo de revenda melhor lá na frente, explicou. “Então, todos os elos se juntaram nesses seis anos para uma coisa só, o crescimento geral de todo o setor da pecanicultura, trazendo mais qualidade, mais segurança, mais informação qualificada para o setor. E todos nós que participamos desse processo, estamos muito felizes com esse crescimento que o IBPecan já tem e, com certeza, vai crescer ainda muito mais”, celebrou.
Também prestigiaram o evento de aniversário os produtores André Monticelli, Eduardo Baumhardt Anelise Scheibe, Flávio Herter e Daniel Basso, o engenheiro agrônomo Júlio Medeiros, o pesquisador da Embrapa e responsável pelo projeto Pecan 2030, Carlos Martins, o sócio da Paralelo 30, Michele Reis, Eládio Dios Vieira da Cunha, e as integrantes do Instituto de Alimentos e Bebidas do Senai RS, Patrícia Rodrigues e Gabriela Mendes.
Também prestigiaram o evento de aniversário o pesquisador da Embrapa e responsável pelo projeto Pecan 2030, Carlos Martins, o sócio da Paralelo 30, Eládio Dios Vieira da Cunha, e as integrantes do Instituto de Alimentos e Bebidas do Senai RS, Patrícia Rodrigues e Gabriela Mendes.
Comments