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Controle do colesterol com consumo de nozes-pecan

Quando falamos da noz-pecan e seu conteúdo nutritivo, tratamos de um tema amplamente estudado. A OMS lista a noz-pecan entre os alimentos que recomenda para a correta manutenção da saúde humana.



Dados divulgados recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre doenças cardiovasculares têm preocupado especialistas no mundo todo: atualmente elas matam mais de 17 milhões de pessoas por ano. Dentre as principais causas destacam-se a má alimentação e o tabagismo, e o resultado é uma média de mais de 80% dessas mortes serem por derrames ou ataques cardíacos. A solução, de acordo com a OMS, parece ser bastante simples: acesso facilitado à saúde a fim de promover maior controle de fatores de risco, como pressão alta e altos níveis de colesterol no sangue. É claro que promover o tratamento de pessoas que já sofrem com esses distúrbios é complexo e caro, mas adaptar a alimentação de pessoas que ainda não estão em um grupo de risco pode fazer a diferença, especialmente em pessoas mais jovens.


Em uma dieta de, em média, 2000 kcal por dia, recomenda-se que algo entre 400 e 700 kcal, ou seja, de 20% a 35% do total, provenha do consumo de gorduras – ou, de forma simplificada, de 45 a 78 gramas de ácidos graxos. Mas o consumo de gorduras saturadas deve ser restrito a no máximo 22 gramas. Mas não há necessidade de mudanças drásticas em nossas dietas para atingir esses valores e observar resultados animadores: de acordo com pesquisas recentes, consumir nozes diariamente estimula um decréscimo considerável no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Isso se deve, principalmente, à presença de ácidos graxos mono e poli insaturados na composição desses alimentos. Essas gorduras ajudam no controle dos níveis totais de colesterol e na diminuição do LDL em nossa corrente sanguínea.




Coma suas nozes!


Dentre todas as nozes encontradas no mercado nacional, uma das mais nutritivas é a noz-pecan, variedade de origem norte-americana cultivada há mais de 150 anos no Brasil. De acordo com o Departamento de Agricultura do Governo dos Estados Unidos, uma porção de uma onça, ou aproximadamente 28 gramas de noz-pecan sem casca, contém até 11,6 g de gorduras monoinsaturadas e 6,1 g de polinsaturadas. Além disso, há também a presença de alfa tocoferol, a vitamina E, importante componente antioxidante presente na porção lipídica de membranas celulares. Ele ajuda, entre outras coisas, a evitar danos às proteínas e bases nitrogenadas do DNA, causados pela peroxidação lipídica, agindo como um agente controlador da saúde e da proliferação celular.


Funciona mesmo?


É normal e saudável duvidar quando se ouve falar sobre benefícios de alimentos e produtos naturais que parecem milagrosos, especialmente quando não há embasamento científico. Mas quando falamos da noz-pecan e seu conteúdo nutritivo, tratamos de um tema amplamente estudado e que até então não foi alvo de contraindicações. Ao falar acima da possibilidade de prevenção de doenças cardiovasculares, por exemplo, me referi a uma importante pesquisa conduzida em 2001 na Universidade de Loma Linda, na Califórnia, na qual especialistas do Departamento de Nutrição e Dietética selecionaram 23 homens e mulheres com níveis de colesterol total e LDL médios ou médios para alto, e os submeteram a duas dietas.



Em um primeiro momento, passaram por um período de quatro semanas na chamada Step One Diet, recomendada pela Associação Americana do Coração para pessoas que querem reduzir o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Esse processo consiste em comer não mais do que 30% das calorias totais na forma de gorduras, das quais 1/3 são saturadas. Além disso, o consumo de proteína limita-se a 180 gramas diárias. Recentemente, foram adicionadas recomendações para o consumo de frutas e verduras. Já na segunda etapa, também de quatro semanas, os pesquisadores diminuíram o volume de alimentos totais em 1/5 por um substituto isoenergético de 20% de noz-pecan, chegando a marca de 39,6% do consumo diário de calorias na forma de gorduras – muito mais do que no primeiro caso, onde esse valor não ultrapassou 28,3%. Em ambos os casos o perfil lipídico dos participantes aumentou, e embora o consumo de gorduras tenha sido muito maior na dieta enriquecida com noz-pecan, foi justamente com ela que se obtiveram os melhores resultados: houve queda nos níveis de colesterol total (- 6,7%), LDL (- 10,4%) e triglicerídeos (- 11,1%), em comparação com a Step One Diet. Outro dado positivo observado foi um leve aumento no nível de HDL no sangue, o “colesterol bom”. Esses decréscimos representam uma diminuição drástica no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e, consequente, de morte por derrame ou ataque cardíaco, grande preocupação da OMS. Além disso, a entidade lista a noz-pecan entre os alimentos que recomenda para a correta manutenção da saúde humana.


E o consumo?


Embora pequenas, a grande carga nutricional das nozes-pecan faz com que seu consumo possa ser moderado, mesmo para obter resultados significativos como os da pesquisa citada. A USFDA (Food and Drugs Administration), órgão regulador do governo americano responsável pela qualidade de medicamentos e alimentos, recomenda um consumo diário de 43,5 gramas, e alguns nutricionistas falam em três unidades sem casca. Mas o consumo não precisa ser necessariamente in natura. No Brasil já há oferta de produtos manufaturados à base de noz-pecan, que também é facilmente adaptável a várias receitas, que vão desde o preparo de carnes até coberturas de bolos.



Bibliografia

GOVERNO DO BRASIL. Cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem de doenças cardiovasculares todos os anos. Portal Brasil, 2016. Disponível em <http://www.brasil.gov.br>. Acesso em 10 de set. 2017. MAKUDDEM-PETERSEN, J. et al. A Systematic Review of the Effects of Nuts on Blood Lipid Profiles in Humans.

The Journal of Nutrition, v. 135, n. 9, p. 2082-2089, 2005.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global Status

Report on Noncommunicable Diseases. New York, 2014.

RAJARAM, S. et al. A Monounsaturated Fatty Acid–Rich

Pecan-Enriched Diet Favorably Alters the Serum Lipid

Profile of Healthy Men and Women. The Journal of

Nutrition, vol. 131, n. 9, p. 2275-2279, 2001.

*Acadêmico de Comunicação Social/UFSM e Editor de

Conteúdo do portal de saúde Medictando.com.



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