Nutriente encontrado em boa quantidade na noz pecan está associado a reduções drásticas do risco de sofrer ataques cardíacos e derrames.
Por Eduardo Ruedell*
Você certamente já ouviu falar do LDL, o "mau colesterol", e em como ele pode ser prejudicial para a sua saúde. O grande problema do LDL é sua oxidação, que pode "engrossa lo", quimicamente falando, e fazer com que ele se acumule em suas artérias sob a forma de placas. O que pode acontecer depois não é nada bonito: aterosclerose, um dos fatores mais significativos para o desenvolvimento de doenças cardíacas e para o risco de um ataque cardíaco. Apesar de parecer bastante desanimador, esse prognóstico pode ser evitado facilmente. Tudo depende dos seus hábitos.
Como as vitaminas podem ajudar
Já falei sobre o LDL e como a alimentação está diretamente ligada aos fatores de risco, mas dessa vez a abordagem será um pouco diferente. Ao invés de tratar de antioxidantes de forma geral, como já fiz antes, v ou falar especificamente da
atuação da vitamina E. Já escrevi sobre os benefícios desse nutriente para o cérebro e como ele ajuda a atenuar o declínio das funções cognitivas. Mas seus benefícios vão longe: ele é uma espécie de coringa para a saúde.
A vitamina E, encontrada em boa quantidade na noz pecan, é lipossolúvel, o que significa que ela é solúvel em gordura. Graças à essa característica, ela age diretamente no LDL, ajudando a prevenir sua lipoxidação. Outra característica é sua capacidade de diminuir a taxa de agregação plaquetária, diminuindo o risco de doenças como trombose e, consequentemente, ataque cardíaco ou derrames. É importante dizer, no entanto, que pacientes já diagnosticados e que fazem uso regular de anticoagulantes, não devem ingerir doses muito altas de vitamina E sem antes consultar seu médico. Nada os impede, porém, de comer algumas pecans ao longo do dia como um reforço saudável para seu tratamento.
Ajuda muito com muito pouco
A noz pecan possui, em média, 2,5 mg. de vitamina E a cada 100 g. de nozes não tostadas. Quando você as utiliza em alguma receita, por exemplo, esse número cai para pouco mais de 1,8 mg. para cada 100 g. de nozes. Esse é um bom rendimento, e, na verdade, dentre todas as nozes, a pecan é uma d as que po s sue m maior quantidade
de vitamina E. Pode parecer pouco, mas você não precisa de muito para se beneficiar e também não precisa se preocupar em consumir as nozes sempre in natura.
De fato, duas pesquisas recentes analisaram o efeito da vitamina E em homens e mulheres, e os resultados foram extremamente satisfatórios. Os pesquisadores descobriram que uma suplementação diária de 100 UI (aproximadament e 9 mg.), considerada bastante baixa, ao longo de dois anos, foi suficiente para diminuir o risco de ataque cardíaco em até 34%. Mas os números do consumo de vitamina E associada com vitamina C foram ainda mais animadores: o risco de ataque cardíaco chegou a cair 53%. A boa notícia é que a pecan também é fonte de vitamina C.
Claro que você não precisa comer meio quilo de nozes por dia para conseguir atingir os 9 mg. de vitamina E citados pela pesquisa. Nós já ingerimos uma bo a quantidade diariamente através de nossa alimentação, mas não costumamos atingir os níveis indicados pelo Food and Nutrition Board of the Institute of Medicine dos Estados Unidos, de aproximadamente 15 mg. por dia para adultos.
Dois anos pode parecer muito tempo , mas é muito pouco se você não começar a se
preocupar com sua saúde imediatamente. Além disso, os efeitos positivos da ingestão de qualquer nutriente são sentidos em pouco tempo, e a longo prazo eles se intensificam.
A noz pecan atua aqui como uma aliada, ajudando a preencher as lacunas deixadas pela nossa dieta. Seu consumo é indicado por órgãos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde, e nacionais, como o USFDA, órgão do governo dos Estados Unidos responsável pelo regulamento de medicações e alimentos.
De fato, a pecan é uma melhores alternativas para quem deseja um pack de nutrientes, como vitaminas e minerais, mas não quer recorrer à suplementos, que costumam ser caros e até mesmo perigosos, caso sejam utilizados sem acompanhamento médico.
Bibliografia
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of coronary heart disease in women. N Engl J Med
1993;328:1444 9.
*Acadêmico de Comunicação Social/UFSM e Editor de
Conteúdo do portal de saúde Medictando.com.
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