Trata-se do coleóptero Diloboderus abderus, mais conhecido pelos produtores por suas larvas chamadas de “coró” ou “pão de galinha.
Pecans 6: Ocorrência de Corós
Muitas pragas ocorrem naturalmente nos ambientes de cultivos anuais e perenes, e estas ocorrências, em determinadas condições de solo e clima podem ficar acima do “nível de dano econômico”. Isto é, as condições do solo e sua cobertura, chuvas ou estiagens, outros cultivos próximos, temperaturas baixas ou elevadas, práticas de manejo, entre outros fatores podem favorecer ou desfavorecer a ocorrência das pragas e doenças, a ponto de que haja ou não danos as culturas.
No pomares de nogueira pecan isto também ocorre, e a atenção do produtor sempre é verificar a ocorrência das pragas mais comuns, ou seja, aquelas que aparecem todos os anos e podem causar danos. Porém estas variações no solo, na vegetação ou clima, podem favorecer em determinadas condições a ocorrência das chamas pragas secundárias, ou seja, aquelas que estão presentes no local de cultivo, mas normalmente não causam danos severos.
Nesta safra 2022/2023 tivemos o terceiro ano consecutivo, onde as condições de verão foram forte estiagem. Esta condição, além dos prejuízos já esperados, também favoreceram a ocorrência de uma praga secundária em níveis preocupantes em muitos pomares. Trata-se do coleóptero Diloboderus abderus, mais conhecido pelos produtores por suas larvas chamadas de “coró” ou “pão de galinha”. Os corós são larvas escarabeiformes (corpo recurvado em forma da letra “C”), de coloração geral branca, com cabeça e 3 pares de pernas na cor marrom. Estas larvas se alimentam de raízes (espécies rizófagas) sendo muito comum nas culturas de milho, trigo e outros cereais de inverno. Estas larvas podem atingir de 4 a 5 cm de comprimento quando em seu tamanho máximo, com população mais acentuada no outono/inverno/primavera.
Fig. 01 – Larva de Diloboderus abderus na última fase de desenvolvimento.
Os insetos adultos são cascudos pretos com dimorfismo sexual, ou seja, os machos são diferentes das fêmeas. Os adultos de D.abderus medem em torno de 1,3 cm de largura e 2,5 cm de comprimento. Os machos não voam e apresentam dois apêndices, um cefálico, na forma de chifre, e outro torácico, bifurcado e mais curto. Já as fêmeas, de tamanho semelhante aos machos, não possuem tais apêndices.
O ciclo da espécie é anual onde os adultos podem ser encontrados de novembro a maio, já as fêmeas realizam as posturas geralmente em janeiro e fevereiro
A profundidade das larvas no solo é bastante variável, porém elas se concentram entre 10 e 20 cm onde se alimentam de raízes. A larva atinge até 4,0-5,0 cm de comprimento por 1,1 cm de largura. As fêmeas preferem locais com abundância de palha para oviposição, pois a utilizam no preparo do ninho para oviposição. A palha também serve de alimento para as larvas pequenas.
Fig. 02 – Adultos de Diloboderus abderus, dois machos e uma Fêma saindo de sua toca.
Fig. 03 – Dois locais com alta infestação de Diloboderus abderus.
As nogueiras possuem um sistema radicular muito pouco denso, e por isto pragas como as larvas do Diloboderus abderus com alta infestação, ao atacarem suas raízes, podem causar danos severos e que não são facilmente perceptíveis, porém podem ter reflexo no desenvolvimento das plantas e na sua produção.
Para identificação da praga, avaliação dos níveis de ocorrência e orientação sobre manejo e controle os produtores devem procurar um Engenheiro Agrônomo.
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Autor: Engº Agrº Jaceguáy Barros
Publicado em: www.ibpecan.org - 30 de maio de 2023
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